Diário de viagem

13th March 2014

Templos e palácios, pra começar

Desde que me juntei ao grupo de convidados do Kerala Tourism, na manhã de terça-feira, dia 11, acontece tanta coisa legal que mal dá tempo de parar pra postar nada. Comecei as visitas no segundo dia oficial do #KeralaBlogExpress e tenho me apresentado aos blogueiros aos poucos (eles já estavam juntos desde o dia anterior, falarei deles mais adiante), à medida que nosso ônibus vai parando aqui e ali. Em Trivandrum, visitamos o Sri Padmanabhaswamy, mais rico templo do país (eles dizem que é do mundo, mas devem ter ignorado o Vaticano). Com 260 anos, tem acesso restrito aos hindus e tivemos que nos contentar em ver de fora as belas estátuas esculpidas no prédio.

O museu Puthe Maliga Palace surpreendeu tanto pela curiosa salada arquitetônica do casarão onde funciona, o palácio dos marajás Travancore, quanto pelas obras, várias delas estrangeiras, que retratavam em grande parte o comércio de especiarias com China e Europa.

O palácio Padmanabhapuran, já em território de Tamil Nadul, todo talhado em madeira e esculpido em granito, preserva peças de 1550 e foi a base dos Travancore, que governaram o lugar por 400 anos. No terceiro dia, a quarta (12), subimos pelo litoral visitando praias lindas como Varkala, com lindos abismos voltados para o Mar da Arábia.

A praia é cheia de sacerdotes dando bençãos para quem vai ao lugar jogar as cinzas de pessoas cremadas – 16 dias depois do falecimento, contou o esperto guia Manoj Vasudevan. Eu até queria ir lá ganhar um axé, mas meus novos amigos brasileiros, a Gaía e o Oscar, foram antes e rolou o incômodo por um dos gurus querer cobrar os tubos, 1500 rúpias, da Gaía. Oscar disse que só tinha 70 rúpias e acabou pagando só isso.

A tarde desse terceiro dia foi das mais legais. Ao visitarmos o Welcom Hotel Ravitz, fizemos um lindo passeio de barco pelas famosas “backwaters” de Kerala, fantásticos canais de rios e lagos que dominam o interior da região. E acabamos fazendo parte da torcida quando assistimos a uma tradicional corrida de barcos compridos chamados de Snake Boat, com uns 20 remadores em cada um. Também vimos elefantes paramentados, pessoas vestidas e maquiadas como os personagens do Kathakali e, o que eu mais gostei, uma apresentação sensacional de percussão do local.

Do hotel The Quilon Beach, em Kollam, onde dormimos no terceiro dia, partimos para um templo Mannarasala Sree Nagaraja, o templo das cobras. As serpentes estão por toda parte, mas não as de verdade. Esculturas de granito decoram os jardins e o muro no entorno, além de se reproduzir em formas de oferendas douradas e estátuas do Rei e da Rainha Cobra no altar principal. A dividindade representada pela cobra é procurada por mulheres que não conseguem engravidar e por famílias que levam seus bebês de seis meses, até então alimentados exclusivamente de leite materno, para sentirem pela primeira vez o paladar dos sete sabores de alimentos indianos.

O templo das cobras é cercado por duas das 300 florestas sagradas de Kerala, as Deva Kadarus. O estado conseguiu preservar boa parte de sua natureza em função dessa prática religiosa de proteger seus altares por cinturões de natureza. E a beleza da natureza e dos rituais religiosos são duas das maiores preciosidades de Kerala.

 

 

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